A Guerra dos Tronos
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Mensagem por Maegy Mormont Ter Jun 18, 2013 2:21 pm

[FICHA DE PERSONAGEM]

Nome Completo: Maegy Mormont
Apelido: Mags
Idade: 21
Nome da Mãe: Minna Karstark Mormont
Nome do Pai: Jakil Mormont
Religião: Deuses AntigoS
Casa: Casa Mormont juramentada à Casa Stark

Força: 10
Destreza: 25
Inteligência: 20
Mente: 15
Magia: 0
Sorte: 5

[SISTEMA INICIAL]
[x]Intriga
[ ]Combate


[VANTAGENS]

[0]Líder nato
[5]Acrobata
[0]Honrado
[0]Arte da medicina
[1]Mestre dos venenos
[0]Bruto
[2]Reflexos afiados
[2]Aventureiro

[0]Preciso
[0]Ambidestro
[0]Assassino
[0]Pugilista
[2]Destreza
[3]Desviar

[DESVANTAGENS]

[5]Mau líder nato
[0]Medo de Sangue
[0]Desmiolado
[0]Asmático
[0]Gota
[0]Alérgico
[4]Impulsivo
[0]Desatento
[0]Cicatriz
[0]Colapso Pulmonar 
[0]Deficiência Física
[3]Covardia
[0]Deficiência Mental
[3]Medo de Fogo
[0]Psicopata

[HISTÓRIA]
“Eu não quero ir! Leva a Ittid, Kristian.” Mags gritou inervada, tentando sacudir a mão do seu irmão mais velho que estava a agarrar o seu braço. “Tenho guardas e uma população de guerreiros para me proteger. Nem todas as mulheres nesta ilha têm de ser bruta montes que carregam machados às costas!” O som da enorme mão do seu irmão a colidir com seu rosto delicado ecoou nas paredes e ela caiu no chão, o choque deixou-a sem reacção durante um momento e só depois ela sentiu a sua face arder intensamente.
“Não sabes nada! És uma criança inútil e convencida! Achas que a tua beleza te vai salvar de tudo? És tão arrogante que achas que por seres bonita ninguém te vai tocar!” Ele revirou os olhos e deu um soco na mesa ao seu lado, partindo-a em dois. “Estás enganada, Mags! Como eu te bati, outros não pensarão duas vezes. E a tua beleza apenas fará que em vês de te cortarem a garganta, os homens façam fila para te violar. Um atrás do outro. Eles não vão querer saber se tu choras, se tu gritas, eles não querem saber se já sangraste ou não. Eles não vão parar até tu morreres. E mesmo quando estiveres morta, alguns se calhar ainda vão aproveitar o teu corpo enquanto estiveres quente.”
Mags sentia-se incapaz de olhar para o seu irmão. A vergonha de tê-lo provocado daquela maneira e de ele lhe ter batido impediam-na de levantar o rosto, e o medo e o seu orgulho fizeram com que ela não o conseguisse encarar. A rapariga podia não ser uma guerreira como os seus irmãos e irmãs, mas mais do que qualquer outro Mormont, ela tinha um enorme orgulho e odiava mostrar fraqueza, por isso quase preferia morrer a deixar o seu irmão vê-la chorar.
Na Ilha dos Ursos as mulheres não contavam com os homens para a defender. Desde cedo eram ensinadas a lutar, a proteger a sua terra, exactamente como qualquer outro homem. Por essa razão, e talvez também pela simples descendência genética, maior parte das mulheres na ilha eram grandes, deformadas, cheias de cicatrizes e simplesmente feias. Qualquer homem que quisesse uma mulher bonita teria de ir ao continente buscá-la e foi exactamente isso que o seu pai, Jakil Mormont, fez. Quando Minna Karstark se tornou Senhora da Ilha dos Ursos, o povo não queria acreditar que tal beleza tinha entrado naquela ilha inóspita. No entanto, todos os seus filhos, tanto os garotos como as garotas, tinham os genes fortes do pai e já de nascença toda a gente dizia que eles seriam fortes e grandes e provavelmente não teriam grande beleza. Todos menos uma. No meio de irmãos e irmãs grandes e fortes, Maegy, a terceira filha do casal, era o oposto. A sua pele era pálida como qualquer outra na Ilha, no entanto a dela parecia que resplandecia, os seus olhos azuis eram mais brilhantes do que qualquer outros e os seus cabelos louros caiam em cachos perfeitos pelos seus ombros. A face de Mags era delicada, sem um traço da típica ferocidade da Ilha e embora fosse alta, o seu corpo era magro e esbelto. Aos 10 anos ela já era considerada a mulher mais bonita da Ilha dos Ursos, ainda mais bela que a sua mãe.  
Mas não era só na aparência que ela se distinguia dos seus irmãos e irmãs, enquanto todos eles gostavam de lutar e de caçar ursos, Maegy era vaidosa e preferia ficar a tratar do seu cabelo e a comprar vestidos do que treinar qualquer tipo de arma ou luta. Ela entendia que na ilha que viviam, as mulheres precisavam de se saber defender, não só por causa dos ursos mas também por causa dos ataques dos quais a ilha era constantemente vítima. Mas ela era a Lady Maegy Mormont da Ilha dos Ursos, a filha mais amada pelo povo por ser a mais bela, e para alguém chegar a ela, teria de derrotar todos os guerreiros da ilha primeiro.
No entanto, ultimamente, isto era algo que estava a irritar o seu irmão Kristian. Sendo o mais velho da família, ele seria o próximo Senhor da Casa Mormont, e não queria que a mais velha das irmãs fosse um exemplo negativo para as outras mulheres da Ilha dos Ursos. As mulheres da Ilha dos Ursos eram fortes, guerreiras e era isso que as fazia tão especiais. As mulheres na Ilha dos Ursos tinham uma existência que era muito mais do que apenas ser mulheres para os seus maridos e isso devia ser um exemplo para os Sete Reinos e não que fosse rebaixado apenas porque estas não eram o ideal de beleza para os homens. Kristian acreditava fortemente que as mulheres deviam ter os mesmos direitos que os homens, que deviam ser educadas e treinadas como homens e que deviam ter o direito a herdar como as mulheres de Dorne. Por mais que ele amasse a sua irmã, e independentemente de todas as coisas que ele não gostava nela, ele amava-a mais do que devia, Kristian detestava o valor que a sua irmã dava a todas as coisas supérfluas da vida e a sua vontade de se casar com algum senhor do continente para sair da ilha, como se ela não fosse mais do que um presente bonito.
“Mags, desculpa.” Kristian murmurou, ajoelhando-se junto à sua irmã e tentando que ela olhasse para ele, mas Maegy levantou-se rapidamente e afastou-se dele, as suas mãos a cobrir a face que ele tinha atingido. Ele chegou a ver uma lágrima a brilhar no seu rosto, mas ela virou-lhe as costas antes que ele pudesse ver mais lágrimas no seu rosto. Ele tinha batido na sua irmã de 13 anos e tinha-a feito chorar, claramente discutir com ela não era a melhor maneira de a ensinar. “Mags, eu estou apenas preocupado contigo. Eu gostava que tu percebesses que esse mundo que tu queres… fora desta ilha… não é nada do que tu pensas. Podes casar-te com um homem rico, viver num castelo de pedra, luxuoso. Mas ele vai fartar-se de ti, vai ter mais bastardos do que filhos contigo e se ele quiser bater-te ele também te vai bater e ninguém o vai parar.” Kristian suspirou e dirigiu-se à porta. “Vem connosco. Aprende pelo menos a defender-te.”
Mags foi deixada sozinha no quarto e finalmente deixou um violento soluço escapar, estremecendo o seu corpo inteiro. Com a visão turva pelas lágrimas ela olhou em volta no seu quarto, as paredes de madeira, a cama de madeira, a mesa de madeira e pela janela ela conseguia ver as muralhas de madeira e depois as árvores. Tudo era de madeira naquela ilha e ela odiava-o. Um castelo de pedra, rico, grandioso, com tapeçarias nas paredes e móveis trabalhados, os grandes castelos dos grandes senhores de Westeros, ou mesmo o Porto Real… era onde ela sonhara pertencer a sua vida toda. No entanto, ela não conseguia evitar pensar naquilo que Kristian lhe dissera, mas mais do que isso, ela não queria desiludir Kristian.
Uma hora mais tarde, Mags tinha arrumado o seu cabelo numa longa trança, calçado as botas de caça e as vestes feitas de pele de urso que eram usadas como um símbolo de força para demonstrar a superioridade humana sobre os ursos e também simplesmente para proteger do frio cortante do Norte, ela tinha ambos embora nunca os usasse.
A viagem até ao exterior da aldeia foi rápida. Montados nos seus cavalos, cinco dos sete irmãos cavalgaram até à parte selvagem da Ilha dos Ursos, todos eles carregando uma besta e dois machados, excepto Mags que apenas levava uma besta pois ao contrário de todos os outros ela nunca tinha caçado antes e Kristian queria apenas ensiná-la a usar uma besta. De repente, Todd, o segundo irmão mais velho, levantou a mão, o sinal para todos pararem porque ele tinha avistado um urso. Antes de Mags conseguir sequer ver o animal, todos os seus irmãos tinham as bestas nas mãos apontadas para uma árvore. Quando ela conseguiu reconhecer a criatura castanha do castanho da árvore, já o urso tinha sido trespassado por quatro flechas diferentes. De seguida, todas as cabeças se viraram para ela e Ittid e Katherynn começaram a rir ruidosamente, Todd apenas abanou a cabeça desiludido, mas Kristian ficou em silêncio. Mags sabia porque é que elas se estavam a rir, eles tinham morto o urso e ela não tinha sequer pegado na besta.
“Anda lá, Mags. Não é difícil.” Ele voltou a guardar a besta e desmontou o cavalo. “Vocês três vão buscar o urso.” Kristian ordenou aos seus irmãos mais novos antes de oferecer a mão a Mags para a ajudar a descer do cavalo. O seu rosto bruto parecia sempre suavizar quando ele olhava para ela, ou talvez fosse apenas porque pareciam ser as únicas vezes que ele sorria. “Pega na tua besta.” Ele ordenou-lhe assim que ela assentou os pés no chão e Mags obedientemente tirou a arma na sela do cavalo. Kristian pacientemente ensinou-a agarrar a besta com a posição certa e a carregá-la com a seta, mas antes que ele conseguisse acabar de explicar como fazer pontaria, um grito vindo de onde os seus irmãos tinham indo, deixou-os ambas em alerta. “Fica aqui. Alerta. Se alguém vier, dispara.”
Kristian pegou nos seus dois machados e começou a andar na mesma direcção que os irmãos tinham ido. “Todd? Ittid? Katherynn?” Ele chamou os nomes espaçadamente, mas nenhuma resposta veio. Antes que ele conseguisse afastar-se muito, um homem surgiu de repente por de trás de uma árvore. Mags não conseguia lembrar-se se Kristian se tinha virado porque ouviu o homem mover-se ou porque ela gritara o seu nome, mas a única diferença que fez foi que ela olhou-o nos olhos enquanto a lâmina do homem lhe atravessava a garganta e viu o sangue jorrar pelo pescoço enquanto ele caía de joelhos no chão. O pesado corpo de Kristian colidiu com o chão com um baque e Mags viu o homem vir em sua direcção, levada pelo instinto de sobrevivência, a garota apontou a sua arma ao atacante, mas quando disparou o tiro passou ao lado. Rapidamente, ela pegou noutra flecha, mas sabia que não tinha tempo para carregar a besta, por isso escolheu antes largar a arma e fugir a correr.
Não demorou muito tempo até ele a apanhar. Ela não estava habituada a correr e as botas e a pele de urso pesavam-lhe demasiado para ela conseguir correr rápido. O homem agarrou a sua capa e rapidamente atirou-a ao chão, a adaga imediatamente no ar pronta para deferir o golpe mortal. Mags apenas fechou os olhos e rezou aos Deuses Antigos que a morte fosse rápida e não doesse muito. Mas não houve qualquer tipo de dor, em vês disso, apenas uma gargalhada ruidosa. Ela voltou a abrir os olhos e viu pela primeira vez a cara do assassino dos seus irmãos. O homem devia ter por volta de 40 anos e era certamente da Ilha porque tinha todas as características: o seu rosto era grande, longo e deformado, uma grande cicatriz atravessava o seu rosto da têmpora esquerda até ao maxilar direito e duas cicatrizes menos pronunciados paralelas à primeira, o corte não o devia ter deixado cego apenas por uma questão do sorte, porque metade do seu nariz fora cortado fora e lábio do lado direito ficara aberto – tinha sido atacado por um urso; todo o seu corpo tinha a típica constituição grande e forte da Ilha; o rosto pálido, os olhos claros e o hálito a peixe podre
“Seria uma pena matar-te a ti, Flor da Ilha.” O homem sorriu abertamente, os seus dentes estavam maioritariamente estragados e o hálito quase a fez vomitar. “Não eras tu que querias viajar? Eu levo-te a viajar.” Ele voltou a sorrir e agarrou-a pelas suas vestes, puxando-a para cima e atirando-a por cima do ombro. “Se gritares, vais desejar que eu te matasse.” Mags não duvidou e não teve coragem para desafiar o homem como talvez Ittid e Katherynn teriam. Ela não gritou. Não gritou quando ele a arrastou para o cavalo dele, não gritou quando ele desmembrou os corpos dos seus irmãos, não gritou quando ele atirou os membros aos ursos e manteve-se em silêncio quando ele a levou até a um porto abandonado do outro lado da Ilha e a atirou para o único barco ali atracado.
Era um barco simples, o tipo de barcos que os pescadores usavam para se afastar da costa. Mags pensou por um momento em perguntar-lhe onde iam, mas não teve força para abrir a boca. Em vês disso apenas fitou o horizonte e esperou o que fosse acontecer, porque não havia mais nada a fazer a não ser esperar, ela não tinha qualquer controlo sobe a situação não importa onde fossem. O barco começou a movimentar-se e Mags apenas virou a cabeça para ver a sua Ilha afastar-se, queria relembrar todas as vezes que desejara sair daquele sítio para encarar a ironia de estar a ser forçada a sair. Levada à força, uma prisioneira e não como uma bela Lady a ser levada para casar com um grande Senhor do Norte. O barco deu a volta à Ilha e Mags viu o castelo da sua família, aquela seria a sua última memória de casa e família, era uma melhor memória do que a garganta cortada de Kristian. Nos portões da cidade estava cravado na madeira o desenho de uma mulher vestida com uma pele de urso, um bebé num braço a mamar e um machado no outro braço. Era o símbolo das mulheres guerreiras da Ilha dos Ursos, exactamente o que Mags desprezara toda a sua vida, mas naquele momento ela não podia evitar pensar que se ela fosse uma delas não estaria naquela situação. Ittid e Katherynn tinham 11 e 10 anos mas nunca falhavam um alvo, elas teriam conseguido matar o homem com uma única flecha antes de ele as conseguir capturar.
Passado umas horas, a cidade desapareceu no horizonte e tudo à sua volta passou a ser água. As nuvens estavam a tornar-se mais escuras, não um sinal de tempestade, mas que estava simplesmente a anoitecer. Os olhos de Mags mantiveram-se abertos, mas era como se ela não estivesse lá. Assim que ela viu tudo o que ela alguma vez conhecera no horizonte, fora como se ela estivesse vazia, não havia tristeza pelos seus irmãos, nem por si mesma, apenas uma sensação de vazio e completa apatia.
Foi nessa apatia que decorreu toda a viagem de barco e que já em terra o seguiu enquanto eles caminhavam por bosques que para além de desconhecidos, pareciam sempre iguais. Uma árvore atrás da outra, com o mesmo tronco, a mesma cor, os meus pássaros a cantarolar nos seus ramos. Tudo era uma constante repetição e Mags avançava um passo a seguir ao outro, simplesmente porque se não o fizesse ele provavelmente iria torturá-la até ela o fazer. Sem uma única palavra pronunciada, passaram-se dias e dias de viagem. Nos primeiros dias andaram a pé, depois a cavalo, de onde o cavalo tinha aparecido, ela não sabia e nunca perguntou. 
Uma noite seguia-se à outra sempre igual, paravam quando anoitecia e recomeçavam a andar quando os primeiros raios de sol aparecessem. As horas de sono eram sempre menos do que o necessário e o sono nunca confortável o suficiente para descansar. Primeiro ela não conseguia adormecer por medo do que o seu captor lhe pudesse fazer enquanto ela dormia, mas esse medo rapidamente de dissipou quando ela se apercebeu que ele poderia fazer o que quisesse com ela mesmo quando ela estivesse acordada. Talvez Kristian estivesse errado, talvez os homens não a quisessem, ela era certamente nova demais para este. Mas não importava que ela conseguisse dormir, porque assim que fechava os olhos era atormentada pelos olhos de Kristian a perder a vida, o sangue vermelho a escorrer pela garganta e a manchar as suas vestes, ou então pela cabeça de Katerina a ser atirada aos ursos. E depois ele, quando ela abria os olhos via o assassino dos seus irmãos, sentado contra uma árvore a dormir, mas ao mesmo tempo sempre alerta, a sua mão permanente enrolada na corda que prendia os pulsos de Mags, qualquer movimento que ela fizesse, qualquer pequeno puxão da corda e os seus olhos abriam-se imediatamente como se ele estivesse estado sempre acordado.
Eventualmente – ela não conseguia determinar quantos dias, nem quantas semanas teriam passado – chegaram a uma cidade. Havia edifícios maiores do que Mags alguma vez tinha visto na sua vida, todos eles brancos, e um castelo de pedra, também branco, que ela conseguia ver mesmo das ruas mais baixas da cidade. A pedra branca que erguera toda aquela cidade e o tritão nos estandartes da cidade teria sido suficiente para ela reconhecer a maior cidade do Norte, mas foi só quando chegou ao imenso porto que ela percebeu que estava em White Harbor.
“Onde vamos?” Após semanas sem falar, as palavras foram apenas um som rouco e indistinto que atraíram a atenção do seu captor, mas em nada o ajudaram a entender a sua pergunta. “Onde vamos?” Ela repetiu. Após ver Kristian morrer ela achava que nada a poderia voltar a assustar, que estaria para sempre indiferente a qualquer coisa que acontecesse, mas ao chegar ao porto, Mags apercebeu-se que ele provavelmente planeava levá-la para fora de Westeros e a ideia de ser levada para o desconhecido, para as estranhas cidades de Essos, habitadas por pessoas bizarras que não se regiam pelos mesmo valores que Westeros, conseguira deixá-la em pânico outra vez. Toda a sua vida, ela pouco tinha ouvido das terras para lá do mar estreito, mas tudo o que se conseguia lembrar incluía escravatura e prostituição.
“Lys.” O homem respondeu. Mags não reconheceu o nome da cidade, o que apenas fez crescer o seu medo que fosse uma cidade de Essos.
Mas não perguntou, porque tinha medo da resposta. Mais tarde nesse dia embarcaram num enorme barco, maior do que qualquer barco que ela tinha visto, mas tudo em White Harbor era maior do que ela alguma vez vira. Se ela não tivera noção de quanto tempo durara a viagem até à cidade, pelo menos tivera uma noção da sucessão dos dias. No barco, o seu captor nunca a deixou sair do pequeno quarto sem janelas e o tempo deixou de ter qualquer significado para além das velas que tinham de ser substituídas quando derretiam por completo. Uma noite – ou até podia ser dia – quando ouviu a tranca do quarto abrir, ela não conseguiu evitar as perguntas que a atormentavam desde o dia que tinha sido tirada da sua família.
“Porque é que os matou?” Mags perguntou timidamente quando ele entrou, abraçando os seus joelhos contra o peito enquanto olhava para o assassino dos seus irmãos. 
Ele trancou a porta e caiu pesadamente na única cama do quarto, ela habituara-se a dormir sempre que ele saía do quarto. Estava bêbado, era possível vê-lo no seu rosto e na maneira como se movimentava, também quando falou, a sua voz estava arrastada. “O teu tio pagou-me para o fazer, para fazer parecer que fosse tudo um acidente enquanto vocês caçavam.”
Mags sentiu o seu sangue gelar. Lembranças do seu pai e do seu irmão mais novo rapidamente inundaram os seus pensamentos. Os dois sempre tinham sido próximos, Jakil adorava-o. “Não, não pode ter sido. Porque é que ele faria isso?”
“Ele quer ser o Senhor da Casa Mormont.”
“Mas para isso ele tem de matar o meu pai também.”
“Ele já o deve ter morto por esta altura. Deve ter feito com que parecesse que fosse suicídio a seguir à vossa morte.”
Mags ficou em silêncio, petrificada por estas revelações, mas antes que conseguisse perguntar mais alguma coisa o homem já dormia e ela nunca mais teve coragem de falar com ele nos dias que se seguiram.
Quando finalmente desembarcou em Lys, os seus olhos arderam com a luz do sol. As roupas que ela ainda trazia da sua caçada eram insuportáveis naquele clima. O sol parecia queimar a sua pele pálida tanto quanto os seus olhos habituados à escuridão do barco.
No dia seguinte, o seu captor vendeu-a a uma casa de prazer. A única pergunta dirigida a Mags fora se ela era virgem, ela anuiu e depois de um olhar demorado, o dono da casa de prazer, um homem alto, moreno, careca e coberto de ouro, ofereceu um valor por ela. O homem aceitou e entrou numa outra sala para receber o dinheiro da troca, Mags nunca mais voltou a ver o assassino dos seus irmãos.
Ela foi levada por uma mulher para dentro da casa. Tudo naquele sítio tinha mais luxo que ela alguma vez pensara sequer existir, ouro parecia ser parte da decoração tanto como a madeira era na Ilha dos Ursos. Nas primeiras semanas que lá passou ensinaram-lhe as artes do amor, que na sua cabeça Mags intitulava como as 100 maneiras de dar prazer a homens feios. Mulheres mais novas que tinham pena da sua situação, ensinaram-lhe truques para que a sua primeira vez doesse menos, mas quando ela teve o seu primeiro cliente a dor foi horrível na mesma.
Dois anos passaram em Lys, a sua situação não era ideal, mas Mags tinha aprendido a de alguma forma apreciar a sua vida na cidade do sul. A sua pele tornara-se um pouco mais morena após várias queimaduras na sua pele fantasmagórica e o seu cabelo tornara-se mais dourado com o sol. Ela gostava das outras mulheres na casa de prazeres e Syrhus, o dono da casa, tinha sido simpático e compreensivo desde o primeiro dia. Desde que ela fizesse o que as mulheres lhe ensinavam, Syrhus não tinha problemas em presenteá-la com ouro, boas roupas, livros e ensinar-lhe as mais variadas artes incluindo como fazer alguns venenos básicos, pois em tempos este tinha estudado Alquimia. Mas um dia, um Senhor de Arbor que chegara a Lys para fazer um novo acordo comercial da compra de vinho branco à cidade, acabou na casa de prazer onde Mags vivia. Assim que a viu, Francys Redwyne ficou encantado com a beleza da adolescente de 15 anos e uma noite com ela não lhe bastou. No dia seguinte, Syrhus parecia infeliz quando lhe disse que Redwyne lhe oferecera um preço que ele não pudera recusar e que ela tinha de ir para Westeros com ele.
Seis anos passaram e Mags passara por mais cidades do que se conseguia lembrar. O afecto de Francys Redwyne por Maegy não durou muito tempo, foram apenas alguns meses até ele encontrar outra mulher mais do seu agrado. Aquela que um dia tinha sido a flor mais pura da Ilha dos Ursos, passava de um homem para o outro como qualquer outro bem material. Homens velhos que gostavam de garotas novas e homens novos que queriam alguém da sua idade, homens gordos, homens magros, feios, bonitos, de cabelos curtos e de cabelos longos, tantos rostos que lentamente se tornavam todos eles um único rosto. Durante os primeiros anos, Mags desejara voltar à Ilha dos Ursos para saber o que tinha acontecido, mas mais tarde conseguiu confirmar a história que o mercenário lhe tinha contado e soube que o seu tio era agora Senhor da Ilha dos Ursos, portanto era no seu melhor interesse manter a sua identidade desconhecida.
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Ficha do personagem
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